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Arquitetos: Jaramillo Van Sluys Arquitectura + Urbanismo; Jaramillo Van Sluys Arquitectura + Urbanismo
- Área: 2800 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Sebastián Crespo
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Fabricantes: Hight Lights Ecuador, La Roca, Technoswiss
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto parte de duas premissas: valorizar a memória urbana do lugar e incorporar novas áreas verdes e espaços públicos que favoreçam a apropriação e integração dos usuários do Centro Histórico de Quito.
A valorização do espaço é realizada através da incorporação de elementos didáticos: como o mural de placas desenhadas a partir dos planos urbanos dos últimos quatro séculos que descrevem as transformações que o tecido urbano sofreu, da Ruas Mejía, entre as Ruas Guayaquil e Flores em cada século. Os jogos de equilíbrio para crianças que fazem alusão à crônica urbana sobre "a lagartixa que abriu a Rua Mejía" no século XIX, a escultura humanizada de Santo Agustín que caminha como mais um entre os usuários da praça e as aplicações de bronze no piso que marcam a linha de fábrica em memória no edifício do antigo registro civil, o antigo edifício que ocupou o lote do projeto entre os anos de 1964 e 2015, ocultando por completo a vista posterior do edifício histórico do Convento San Agostín.
No desenho de piso da praça se reinterpretam os grafismos de linhas a 45º que representam as hortas nas plantas históricas da cidade do século XVIII, lembrando a antiga horta dos Agostinianos que unia duas quadras ao norte e ao sul do eixo da rua. Tal desenho se repete na entrada principal da igreja do Convento de San Agostín desde a Rua Chile.
As zonas verdes e fontes de água se integraram ao desenho de piso em pedra vulcânica preta e andesita em dois tons de cinza. A planificação e nivelamento da rua permitiu que a praça se estenda de fora a fora, melhorando significativamente a largura das calçadas na lado norte e reduzindo a velocidade de circulação dos veículos.
Com a liberação do edifício do antigo Registro Civil ficou exposto a parede de contenção do convento revestida em pedra e de quase 8 m de altura. Para realizar a transição de escala entre o muro e a cota da plataforma principal da praça de uso pedonal foi incorporada uma pérgola metálica que também abriga o programa de atividades que garantem o uso em seu térreo. Na pérgola de 4,5 m a altura marca o ritmo dado pela repetição dos pórticos a cada 1,5 m e se localiza em diferentes ambiências: a área de sombra ao ar livre, banheiros públicos, dois estacionamentos para uso dos Agostinianos, além do acesso à circulação vertical do convento (também construída nos anos 60). A grande estrutura de metal se incorpora ao projeto a fim de dar uma fachada para o volume da escada e salas de apoio anexados ao lado esquerdo da sacristia do convento.
A complexa articulação dos vários níveis existentes é solucionada através de uma calçada contínua que acompanha a inclinação existente da Rua Mejía e o desenvolvimento de quatro plataformas que vencem o desnível de quase cinco metros entre a cota mais alta e mais baixa da praça.
O projeto da Praça Huerto San Agustín tem como objetivo principal recuperar o vazio existente no tecido urbano do século XVIII e que funcionava como uma área verde privada e convertê-lo num espaço público de qualidade no século XXI.